Alguns anos atrás, participei de uma degustação de azeites com Artur Aragão, da Casa Aragão- Portugal. Foi uma aula incrivel , principalmente a degustação. Bebi alguns bons litros de azeite, rsrs. Mas tudo com técnicas e fundamentos e é incrível como a percepção do azeite vai mudando quando uma pessoa especializada no assunto vai te guiando. É muito semelhante a uma degustação de vinho. Quem tiver a oportunidade, não perca.
O Azeite de Oliva, é exclusivamente um azeite produzido a partir de azeitonas. Não permite nenhuma mistura. A Espanha é o maior produtor e exportador de azeite de oliva para o mundo, incluindo mais de 100 países nos cinco continentes. A Itália é o segundo maior produtor mundial. Toscana, Úmbria e Ligúria são os maiores regiões produtoras. A Grécia, embora sendo o terceiro maior produtor mundial, é o campeão mundial de consumo – média de 23 litros/pessoa/ano. Outro dado importante é a qualidade: 70% da produção são extra virgem. Portugal é também um importante produtor e consumidor, mas não exportador. Por tradição, porém é maior exportador para o Brasil. As melhores regiões são o Porto e Trás-os-Montes. A França é pequeno produtor, mas de excelente qualidade. Do Vale do Rhone até Valance e em Nyons. A Austrália também vem se destacando.
É importante que se faça a distinção entre variedades e qualidades de Azeite. Duas variedades diferentes de oliveira podem dar Azeites de cor, aroma e sabor diferentes mas ambos podem ter qualidade. A Qualidade do Azeite vai ser determinada pela região, a variedade e o grau de maturação das azeitonas, o processo de extracção, o modo de conservação e a idade do azeite.
Para verificar a qualidade de um Azeite recorre-se a dois tipos de análises: as análises química e a análise sensorial
#Análises Químicas
A acidez (quantidade de ácidos gordos livres expressa em % de ácido oleico). A acidez é consequência, entre outros, de as azeitonas não estarem em perfeitas condições quando são laboradas ou de um mau armazenamento do Azeite. A % de acidez de um Azeite NÃO TEM RELAÇÃO COM O SEU SABOR.
#Análise Sensorial
O Azeite é o único produto com prova organoléptica obrigatória. Estas são sensações obtidas pelos sentidos, fundamentalmente relacionadas com o cheiro e sabor. Uma vez que a cor de um azeite não caracteriza a sua qualidade, os provadores profissionais utilizam copos de vidro de cor azul, para não se deixarem influenciar pela sua tonalidade.
Podemos encontrar nos azeites dois tipos de sensações: Atributos ou Defeitos
#Alguns atributos:
– Frutado – conjunto das sensações olfactivas dependentes da variedade de azeitona e características dos azeites provenientes de frutos saudáveis e frescos, verdes ou maduros.
– Amargo – gosto característico do Azeite obtido a partir de azeitonas verdes ou no estado de início do amadurecimento. Pode ser mais ou menos agradável em função da sua intensidade.
– Picante – sensação tátil de picadas, características das azeitonas ainda verdes.
#Alguns defeitos:
– Mofo/ úmido –característico dos azeites obtido a partir de azeitonas atacadas por bolores e leveduras devido à armazenagem dos frutos durante vários dias em condições húmidas.
– Borra –característico dos azeites que permaneceram em contacto com as matérias decantadas nos depósitos e reservatórios.
– Avinagrado- característico de certos azeites que lembra o vinho ou o vinagre. Deve-se, a um processo fermentativo das azeitonas, que leva a formação de ácido acético, acetato de etilo e etanol.
– Ranço –dos azeites que sofreram um processo de oxidação.
– Terra –dos azeites obtidos de azeitonas colhidas com terra ou lama e não foram lavadas.
Classificação
Existem cerca de 270 tipos de azeitonas e somente 24 são regularmente utilizadas na produção de azeites. Cada país tem seu tipo característico:
– Picual – Azeitona típica da região de Andaluzia, localizada no sul da Espanha e maior produtora de azeite do país. Mesmo com um toque doce, possui um sabor mais para o picante. Segundo Yann Calderón, chef do Azaït, seu azeite combina com peixes e pratos típicos espanhóis, como a paella.
– Arbequina – Azeitona típica do norte da Espanha, como a Catalunha, dá origem a um azeite suave, quase adocicado. Calderón indica ser utilizado em risottos, pois dá cremosidade ao prato.
– Azeite francês – Geralmente são blends rebuscados de ampla combinação, como saladas, massas e risottos.
– Azeite argentino – Os argentinos têm uma cultura relacionada ao defeito do azeite, apresentando um sabor mais rançoso. O que é considerado um defeito no Mediterrâneo é tido como tradicional na Argentina.
– Azeites gregos e do Oriente Médio, em geral, são mais amargos.
O Azeite de Oliva é classificado com base nas suas características organolépticas (sabor e aroma), analíticas (acidez e outros dados químicos) e pelo processo extrativo e dividido, basicamente, em 3 tipos:
AZEITE EXTRA VIRGEM: Obtido através da extração por processo de prensagem mecânica das azeitonas, possui aroma e sabor impecável, apresenta menos de 1% de acidez.
AZEITE VIRGEM: Obtido através da extração por processo de prensagem mecânica das azeitonas, possui sabor e aroma marcantes com acidez abaixo de 2%.
AZEITE PURO: Composto por azeite refinado e azeite virgem, apresentando menos de 1,5% de acidez.
E também encontramos os seguintes tipos:
– Azeite refinado – Azeite obtido por refinação de azeite virgem, com uma acidez não superior a 0,3%.
– Azeite composto – é um azeite mais barato, constituído de azeite refinado misturado com outros tipos de óleos, como o de soja, milho etc… É o famoso azeite misturado com oleo. Que infelizmente, alguns estabelecimentos servem aos seus clientes como azeite de oliva . Esse ‘azeite ‘ é indicado para cocção e não para finalizar pratos muito menos para saladas, ostras…
12 comments on “curiosidades sobre o azeite”
Bom dia! Tudo bem? Adoro esse blog! Só tem coisas ótimas e deliciosas.
Posso postar esse material no meu blog citando a fonte? Visite o meu blog para conhecê-lo e aguardo sua autorização.
Blog Tudo de Bom e do Bem: http://www.tudodebomedobem.com.br
Abraços e sucesso sempre!!!
Eliana
Eliana,
Citando a fonte direitinho, sem problemas…
Amei!!!! Conteúdo mto bom, tb fiquei com vontade de uma aula dessas! rs…
eu tbm carol, não vou mentir, rs…
Adoro post’s informativos.. Parabéns!
e esse é bom demais né?
O azeite de oliva nos alimentos pra mim é fundamental,supera todos os demais óleos,como tempero,no cozimento,nas saladas,no fritar,a cozinha mediterranea usa e abusa,os Gregos,os Italianos,os Franceses,os Espanhois,qualquer comida fica fantastica com óleo de oliva.
é verdade luiz, até um simples ovo mexido fica mais gostoso com um bom azeite…
Gostei muito, quero aprender mais. Como fazer para participar desta “aulinha” sobre AZEITES?…
cadê a personal chef miau? rs…
Lindo…lindo seu blog, adorei visitar e navegar, de vez em quando vou voltar para fuçar,viu?
muito prazer.
abraços
Vivian
Oi Eliana,
sou um degustador assiduo de azeites e por esse motivo visito muito blogs, esse post foi um dos mais completos que já encontrei, Parabéns.
Sugiro, que em um próximo post inclua harmonização, tem crescido muito a curiosidade sobre o assunto, só uma sugestão.
Falo muito sobre isso no http://www.azeibeer.com.br
Mais uma vez Parabéns!
Um abraço.
Até